Perdóname, donde es Madrid?
Crónica de uma viagem improvisada!
Há já algum tempo pensava viajar... sozinha ou acompanhada a ambição continuava. Mas depois de tanto tempo, decidi! vou mesmo... e para onde?
Comecei a pensar em destinos longínquos mas após ver os preços percebi que não havia carteira, que conseguisse aguentar uma despesa tão grande por uma mera vontade. A pesquisa continuou e Madrid foi sem dúvida a melhor opção. Mas se sozinha chegou a ser opção, deixou de o ser quando partilhei o desejo com um amigo.Sem mais demoras marcámos tudo e lá partimos.
À chegada estava uma capital cheia de encantos para descobrir. O primeiro desafio foi encontrar a saída para o metro no meio do enorme aeroporto, subir e descer, andar e parar, seguir placas que pareciam indicar o mesmo caminho, vezes e vezes sem conta foi assim a primeira meia hora em solo espanhol. Depois de mais meia hora de metro sentimos o ar de Madrid, a primeira fotografia na Plaza de España, mas agora estava na altura de incorporar a língua espanhola e tentar encontrar a casa que nos ia acolher durante os próximos quatro dias.
Começou o momento da descoberta: “Perdóname donde es Plaza de la Marina Española?”, Derecha e Izquierda era assim que nos indicavam. Passámos pela rua pelo menos duas vezes mas nunca descobrimos que era mesmo ali.
Os dias que se seguiram eram de um novo mundo, uma nova visão acabada de chegar aos nossos olhos.
Esta não era a primeira vez que saíamos do país, mas é sempre diferente quando decidimos descolar do nosso país. Habitualmente tentamos que tudo corra sempre pelo melhor, mas não há nada como ser turistas numa cidade e principalmente num país completamente diferente daquele que desde sempre nos habituaram a ver, não que isso seja mau mas nos dias de hoje e com todo um novo mundo mesmo à nossa frente porque não aproveitar e ver muito para além do que os nossos olhos alguma vez puderam ou até mesmo quiseram ver?
Numa mão o mapa que agora foi substituído por um smartphone, na outra uma velha máquina fotográfica daquelas que trazem consigo um cartão de memória. Memórias que se podem perder, memórias fotográficas, criadas por alguém que não sabe o que está a fazer, mas sobretudo aquelas memórias que não se conseguem apagar nem com o tempo e muito menos com vontade.
Quatro dias com espírito de aventura, com receios e sobretudo de muita alegria. Mas ser viajante não é apenas voar para o desconhecido e partir à aventura, viajante é conseguir captar o mundo que alguma vez, os nossos olhos puderam ver e que agora. No final desta viagem puderam ver e dar a ver, detalhes de pequenas coisas que até agora nunca ninguém tinha reparado.