O 1º de Maio é por norma alegre!
Crónica improvisada: Ribeira, caracóis e família
A escrita hoje é feita a meia dúzia de passos da ribeira. O local? Umbria.
O ambiente é caótico no bom sentido, entre o mergulho de uma criança irrequieta (como todas as crianças devem ser) e um pé de dança de um jovem casal na flor dos seus 70 anos há lugar para tudo no 1º de Maio.
O dia para esta gente, gente algarvia começou bem cedo, nada de passar o feriado enfiado na cama ou a ver televisão, não, aqui na minha terra ruma-se ao interior, há muito esquecido e que todos os anos na data marcada renasce!
Famílias, amigos, casais, novos e velhos rumam ao campo munidos de "armas e bagagens" na esperança de passar um bom bocado à boa maneira algarvia!
A Umbria é apenas uma das muitas ribeiras que no Algarve se enchem de gente. Para quem não sabe, fica a uns escassos dez minutos da pacata vila de Santa Catarina da Fonte do Bispo.
É tradição "atacar o Maio" em força e portanto não podemos ser contidos! Geralmente as mães e avós preparam de véspera a típica "marmita". É à escolha do freguês: há frango, há fruta, há doces, há pão (bom pão algarvio, está claro), há água, sumos, vinho e há boa gente pronta para conviver!
Depois de escolher o melhor "poiso" e das acomodações feitas , o banquete prolonga-se tarde fora, sempre bem regado como não podia deixar de ser!
A tarde é passada à conversa entre uma ou outra música com acordeão à mistura. A música é a do costume em dia de bailarico. Num outro dia não dançaria certamente, mas o 1º de Maio é diferente e permite essa extravagância. O rancho folclórico também por cá passou e teve o devido destaque no "programa das festas".
O longo dia culminará com uma bela "caracolada"!
E porquê discorrer todos estes disparates sobre o 1º de Maio?
Porque as memórias que tenho e as que agora faço e se juntam às de criança e adolescente lembram-me que o 1º de Maio é por norma alegre!